Quem é Leona para você?
É uma pessoa que entendeu que precisa se agradar antes de agradar aos outros. E alguém que entendeu que ninguém é feliz se enganando.
Quem é Leona para o mundo?
Só quem pode dizer isso é o mundo. Mas posso dizer o que eu espero que eu seja. E espero ser uma incentivadora através do exemplo. Se hoje sou quem sou é porque muitas deram o exemplo e me mostraram ser possível. E quero continuar essa corrente.
O quê a Leona faz atualmente?
Treino na academia, trabalho bastante, estudo, toco violão e faço lives quando a disposição permite hahaha.
Como foi o processo de se conhecer trans?
Não foi. Está sendo. O sentimento sempre esteve ali escondidinho, mas vem se tornado cada vez mais evidente conforme vou me sentindo mais confortável e mais confiante.
Eu sinto que uma transição não é como um interruptor de ligar e desligar, mas um processo como entrar num riacho. Ao colocar o pé na água a pessoa acha que a água está muito fria e que não vai conseguir mergulhar. Mas, aos poucos, vai enfrentando o medo e entrando devagar. Depois de mergulhar e nadar por um ou dois minutos a pessoa não quer mais sair da água de tão gostosa que ela está.
Como foi transicionar depois de já estar dentro da tecnologia?
Eu trabalhava com tecnologia no final da adolescência e início da juventude, mas me afastei da área por tempo suficiente para "ninguém" lembrar de mim. Quando voltei para a área da tecnologia meu plano inicial era me estabilizar profissionalmente primeiro e depois sair do armário, mas já voltar como Leona Souza foi muito melhor. Serei eternamente grata aos conselhos da minha mentora, Alessandra Luz, que me incentivou a voltar como Leona Souza logo de cara.
Quais conhecimentos de outras carreiras te afetam hoje em dia, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional?
Tive alguns aprendizados como a importância de fazer bons contatos profissionais. Mas, no geral, acho que o principal foi aprender a dizer menos "não" e aceitar mais desafios. Não precisa sair dizendo "sim" para tudo, mas sair da zona de conforto é essencial para crescer tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Às vezes dá frio na barriga e muito medo, mas vale muito a pena.
O quê são comunidades para você?
Grupos de pessoas com objetivos e/ou pensamentos em comum, com objetivos em comum e que se ajudam. São grupos onde te ensinam o que você não sabe e quer aprender e você ensina aquilo que você já sabe e querem aprender.
Como as comunidades mudaram a sua vida?
A comunidade LGBTQIA+ de CSGO me deu o impulso inicial de sair do armário nas redes sociais. Duas outras comunidades, a Twitch e a Feministech, me fizeram perceber que existem muitas pessoas que se identificam no feminino mandando ver na área de tecnologia e que eu poderia ser uma delas. Meu maior medo era não conseguir trabalho por preconceito, mas essas comunidades me deram forças para enfrentar de frente esse medo.
De quais comunidades você participa?
- Comunidade gamer em geral, pois trabalho na área;
- Lives de desenvolvimento de software na Twitch;
- Feministech (gostaria de participar muito mais dessa, peço até perdão por estar tão ausente).
Quais são seus sonhos?
Ter sempre muita boa saúde e conquistar minha casa própria o mais breve possível.