Quem é Mandys para você?
Eu me considero uma pessoa extremamente curiosa, inconformada, organizada e ansiosa (dizem que eu sou extremamente calma, mas não sabem o “clock” que meu cérebro funciona rs), pode parecer clichê e resposta de entrevista tudo isso, mas eu realmente sou tudo isso, e me orgulho bastante disso, foi o que me trouxe até aqui e o que continua fazendo as coisas acontecer sem perder a essência ❤️
Também brinco que sou um pouco demais de todo tipo de rótulo, nerd, geek, gamer etc. 🙃
Quem é Mandys para o mundo?
Essa é uma pergunta bem difícil, ainda mais difícil que a anterior rs
Eu realmente sempre me pergunto como o mundo me vê, e me preocupo bastante (até demais) com isso, dependendo da época que me conhecem, porque eu sou muito 8 ou 80, podem me ver em todos os lugares e falando com todo mundo, e outras extremamente focada e inacessível...
Como foi o processo de se conhecer trans?
Eu sempre soube que havia algo diferente em mim, mas eu nunca consegui mentalizar exatamente o que era, eu praticamente cresci fechada no meu mundinho, não tinha muitas amizades, passava boa parte do tempo em filmes, jogos, livros e nos meus projetos mirabolantes rs
E com o tempo, e o acesso à informação eu comecei a me entender. O ponto mais marcante do início desse entendimento foi quando eu assisti a um documentário de um canal de televisão alemã, que falava sobre a Kim Petras, e depois disso e muita pesquisa, tudo começou a fazer sentido para mim.
Qual é a a influência da faculdade na sua carreira?
Eu comecei a faculdade com o intuito “facilitar” alguns objetivos de vida e carreira, mas também para formalizar, estruturar e aprofundar os meus conhecimentos em desenvolvimento, porque sempre fui uma pessoa autodidata e mesmo na faculdade ainda mantenho isso, sempre tentando ir além do que chega até mim, tentando sempre entender o como e o porquê das coisas.
Como você se organiza para cursar a faculdade e trabalhar?
Eu faço EAD, o que me ajuda imensamente com tempo e flexibilidade, e favorece também o meu modo de estudar autodidata, e como trabalho de home office, as coisas ficam mais “tranquilas”.
Acho que a minha maior dificuldade é lidar com autocobrança, porque eu estou sempre tentando dar o meu melhor em tudo e acabo facilmente extrapolando os próprios limites.
Felizmente eu tenho conseguido lidar melhor com isso, especialmente agora com um maior “tempo de casa” na empresa atual e na faculdade.
E para quem ama saber de ferramentas, eu uso o Notion para organizar praticamente a minha vida inteira (bem no estilo blogueira mesmo rs), e agora também acredito que depois inúmeras mudanças e tentativas, eu tenha alcançado uma organização efetiva com ele rs
Como a tecnologia mudou a sua vida?
A tecnologia esteve presente na minha infância através dos jogos, eu cresci jogando com a minha família, o ensino fundamental da rede pública foi o maior contato que eu tive com um computador, na época era aqueles computadores da Positivo com Pentium 4, Windows XP 💚 e mouse de bolinha.
Com o tempo a gente conseguiu o primeiro computador em casa, já era um AMD Phenom e o Windows Vista já tinha saído do forno... (Mas por motivos óbvios eu voltei para o XP, pelo menos até o 7 sair do forno também, não me julguem, por incrível que pareça eu gosto do Vista 👀).
E daí para frente o resto é história, como a internet também era muito pouco acessível, eu sempre ia na lan-house, baixava todo tipo de software possíveis, mesmo sem entender bem o objetivo deles, para tentar entender tudo aquilo e me tornar uma desenvolvedora, especialmente de jogos (até porque só me apaixonei por software bem depois na época de ETEC).
O que são comunidades para você?
Para mim é um meio de aprender e compartilhar experiências com pessoas de diferentes realidades e muitas vezes até parecidas, garantindo que cada vez mais, seja através do conhecimento, inspiração e/ou contato, que as pessoas consigam conquistar uma realidade mais justa e os seus sonhos.
Como as comunidades mudaram a sua vida?
O meu mundo virou de ponta cabeça quando eu decidi sair de casa com 18 anos para começar a minha transição e correr atrás dos meus sonhos, e no meio do caminho e por falta de esperanças, eu deixei de acreditar até mesmo no meu potencial, e depois de muito tempo e com ajuda de muitas pessoas as coisas mudaram. Por conta disso, hoje eu tento garantir que aquelas pessoas que passam pelo meu caminho, não passem pelas mesmas coisas que eu passei para chegarem aonde desejam.
De quais comunidades você participa?
No momento eu participo da Feministech, que para mim é um dos ambientes mais seguros dessa internet, e contribuo escrevendo para o nosso dev.to, infelizmente não mais em lives por questões temporárias de infra e tempo rs
E participo da Caverna, ainda procurando formas de contribuir para a comunidade mas onde eu conheci pessoas que eu considero imensamente a amizade e que levarei pro resto da vida 💙
Quais são seus sonhos?
A gente sempre pensa nos sonhos que temos para conquistar, eu gosto de pensar muito no que eu já conquistei, a garota que sonhava em conhecer pessoas com os mesmos propósitos, gostos e objetivos, em vencer a timidez e conhecer o mundão (lembro de me pegar jogando o falecido vSide, sonhando com o dia que eu andaria pela cidade, curtiria umas baladas etc.), conquistar um emprego legal e na área de desenvolvimento e vários outros que já conquistei...
Mas eu de sonhos, daqui para a frente, eu quero avançar na minha carreira, conquistar algumas coisas pessoais, ajudar o máximo de pessoas que eu puder nesse meio tempo, conhecer e morar em outros lugares do mundo!
(Curiosidade aleatória, mas eu brinco as vezes que quando eu me aposentar vou começar uma graduação em astronomia (que é a minha segunda área do coração) e contribuir como eu puder, inclusive com a bagagem de tecnologia, eu sei que é um plano meio maluco e bem futuro, mas quem sabe... Eu realmente cogito seriamente rs)
Mas fica a provocação, vocês já pararam para pensar naquilo que já conquistaram?